SHOFAR / TALLIT / KIPPAR

23/11/2011 12:50

Shofar

O shofar é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a flauta do pastor chamada Ugav, na Bíblia se iguala em idade segundo algumas opiniões. Embora o shofar seja um símbolo tipicamente judaico, sua mensagem tem um caráter universal. Como explicava o grande filósofo Maimônides, o toque do shofar é um "despertador espiritual", um chamado à introspecção e à ação: "Acordem do seu sono, vocês que estão dormindo! Reexaminem seus atos. Lembrem-se de D-us e retornem a Ele".

O shofar nos desperta do nosso sono espiritual profundo e nos incita a incorporarmos em nosso cotidiano os verdadeiros e eternos valores morais deixados por D-us.

Todos nós conhecemos a função do sacerdote, que era oficiar diante de D-us. Mas poucos de nós conhecemos a função do Shofar.

Em nossas traduções da Bíblia esta palavra vem traduzida como "trombeta, e às vezes buzina"; porém a tradução correta seria "chifre de carneiro" pois o shofar é na realidade um chifre de carneiro usado como um instrumento de sopro. O shofar é feito de um chifre de animal casher (considerado limpo).

Qualquer chifre pode ser usado para o shofar, exceto vaca ou touro, pois estes chifres são chamados em hebraico de "keren" e não shofar, e também porque seu chifre é um lembrete ao Bezerro de Ouro que os filhos de Israel fizeram no deserto, ao deixarem o Egito. A palavra shofar aparece 72 vezes na Tanakh (“Velho Testamento”), o shofar não produz sons delicados como o clarim moderno, a trombeta ou outro instrumento de sopro, porém para os judeus, o shofar não é um instrumento "musical"; não é usado por prazer ou divertimento; é considerado sagrado, quase como uma voz celestial.

Mas, o mais interessante é que o shofar é feito de chifre de carneiro. E o carneiro na verdade é um cordeiro que já amadureceu (atingiu a idade adulta)! Então, esse instrumento é feito de um animal já pronto, maduro, mostrando-nos que os anúncios, proclamações e decretos do Eterno são feitos a partir de algo (ou alguém) maduro, pronto para tal ato, também são feitos na plenitude dos tempos! Ou seja, só no tempo certo! Nada acontece antes ou depois da hora determinada pelo Senhor!

Algo que devemos levar em consideração é que para se obter um shofar deveria haver o sacrifício de um cordeiro ou carneiro, na simbologia profética do shofar temos uma incrível transparência no plano de salvação do Eterno para a humanidade, pois o Mashiach foi enviado como cordeiro para estabelecer um Reino universal no planeta, segundo as escrituras chifres representam reinos ou reis. "Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da Pérsia. Mas o bode peludo, é o rei da Grécia, e o chifre grande que tinha entre os seus olhos é o primeiro rei." Dn.8:20-21.

A morte do cordeiro de D-us trouxe aos homens a promessa de um verdadeiro Reino de shalom na terra, Ele (Yeshua) como Rei universal se tornou o shofar de Israel em seus dias; bradando e convocando o povo corrompido á se voltarem em unidade e santidade para o seu D-us, aqui Ele vem na simbologia do shofar representado como o "Melech Ysrael" Rei de Israel.

O Shofar é um instrumento de sopro, portanto alguém deve soprá-lo para que ele produza seu som, os primeiros toques do shofar profético Yeshua soprado pelo Eterno convocaram uma comitiva de 12 homens em Israel; e subitamente várias outras pessoas que após receberem o sopro de D-us no Pentecostes (At.2:1-2), que veio como um vento impetuoso e encheu a casa onde estavam, também se tornaram shofares de D-us e bradaram em Israel e nas nações gentílicas anunciando o Reino de D-us e convocando os seres humanos a despertarem do sono espiritual e se voltarem para o D-us soberano.

Que incrível a morte do cordeiro de D-us não somente trouxe um Reino universal á terra mas também criou um exército de shofares (chifres) chamado de "Reis e Sacerdotes" (Ap.5:10-1:6-20:6), e mesmo nos nossos dias os shofares de D-us que continuam sendo tocados pelo sopro do Espírito Santo convocando os homens para se reunirem perante o Eterno.

O shofar também anuncia aquilo que está pronto para acontecer! O tempo está cumprido! Seja então tocado o shofar! A sua voz (do shofar) é a "voz profética do Eterno" que anuncia que o tempo chegou e que é hora do cumprimento de seus desígnios! Todas as vezes que o shofar é tocado, ha satan (o opositor) inimigo de nossas almas é obrigado á lembrar que o cordeiro de D-us foi morto, ressuscitou e instituiu sua condenação e o fim de seus dias.

 

Tallit

No texto que se encontra no livro de (Números 15:38-40). Este é o mandamento que todo judeu cumpri ao colocá-lo, ou seja, fazer uso do tallit (manto ou xale de oração).

É chamado de manto de oração devido à sua particularidade de conceder  a pessoa que o está usando, "certo isolamento" daquilo que pode vir a distraí-lo quando se está orando ao Senhor. Também chamado e conhecido como barraca ou ainda, tenda.

Quando Yeshua cita o texto de (Mateus 6:6), que diz: "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e fechada à porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará". A palavra grega usada neste texto é tameion (aposento), que vem da palavra heder, referindo-se ao Tallit como um quarto de oração, dando assim a idéia de um lugar único separado, que cabe apenas uma pessoa,  para o exercício da oração.

Quando um judeu que tem entendimento destas coisas, olha para alguém vestido com o tallit, imediatamente recorda de pelos menos três princípios judaicos, a saber:

1 - A Lei de D-us dada a seu servo Moisés, à Torah.

2 - Que ele sendo um conhecedor das escrituras sagradas, é responsável em obedecer esta Lei, que é o maior bem precioso que ele pode adquirir.

3 - Também que ele foi chamado entre todos os outros povos, raças, nações e etnias para ser separado e santo.

As franjas têm um significado ainda muito mais profundo e simbólico que está relacionado aos números que são: oito tranças e cinco nós, que somados dão um total de treze. O número oito nos fala de reinício (iniciar novamente, tentar novamente). O número cinco nos fala dos cinco primeiros livros da bíblia, a Torah, e ainda fala dos cinco ministérios que a igreja precisa entender e considerar e praticar. Treze fala em Coríntios, do maior dom que o homem pode ter em sua vida que é o amor.

D-us que é Amor e nos ama gostaria que nós (seres humanos) começássemos sempre os nossos dias sempre com o seu Amor pela sua palavra e ensinamentos escritos em sua Torah, praticando os cinco ministérios contidos nela. Sabendo que sempre haverá um recomeço para aquele que ama o Senhor e que procura praticar os seus mandamentos. A palavra "Tzit Tzit" (franja) tem em sua guematria o número seiscentos (600), somados com treze(13), (oito+cinco). Forma o número 613, que é exatamente o número de Leis contido na Tanakh (Todo o Primeiro testamento).

O tallit é uma "Tenda Portátil", que simboliza  "cobrir", no sentido de estar no esconderijo do Altíssimo.

 

Kippar

Originado da raiz da palavra Kippur, que entre outro sentido significa  cobertura. Sendo uma lembrança de que o seu usuário tem uma estatura e não pode acrescentar nada a ela e que a partir desta estatura existe um D-us muito maior que ele a quem este prestará contas.

Não se trata de um chapeuzinho apenas, como alguns costumam chamar, mas algo relacionado à D-us e que tem em seu objetivo a lembrança do tamanho de D-us em relação ao homem. Aquele que cobre, direciona, governa e está acima de tudo e de todos, e que a essência da escritura é de humildade, (Levítico  8:9); (Levítico 16:4).

É interessante notar que todo o símbolo utilizado pelos judeus é para que este se  lembre de seu compromisso com o Eterno D-us e que têm o sentido de trazer à sua memória (memória do homem), a reverência e a lembrança do Eterno.  (Lamentações 3:21)

Ao cobrir a cabeça, traz-se a memória de quem o usa que todo o seu ser, toda a sua vida deve estar debaixo da cobertura do Eterno.

O princípio do uso do kipá, está relacionado ao Sacerdote que assistia diante do Senhor não podia estar com a cabeça descoberta no tabernáculo.